Aureane Braga

https://youtu.be/SQxHkdiTCDQ

Alma abatida

Salmo 42:5

Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação que há na sua presença. 

Nós podemos até perder a esperança em muitas coisas na vida, mas a esperança em Deus deve ser eterna. ..

Pensando na vida de um(a) pastor(a), no chamado....Nossa! A maioria das pessoas não entendem, não sabem como é complicado, só mesmo quem vive e foi chamado e que tem o chamado é que sabe... O que passamos, enfrentamos, sentimos na pele quase que o mesmo que sentiu o Apóstolo Paulo com o espinho na carne. Existem momentos na vida que passamos e enfrentamos situações difíceis.  Momentos em que tentamos ser fortes, tentamos suportar, mas a tristeza inunda nosso coração. A solidão ministerial, invade nossa alma, uma profunda sensação de vazio e isolamento. A solidão não requer a falta de outras pessoas e geralmente é sentida mesmo em lugares densamente ocupados. ....A dor se torna maior. Às vezes a vontade de compreender o porque isso está acontecendo supera tudo. A gente perde o chão, a esperança. Um(a) pastor(a) não pode expor os seus problemas e os da igreja pra qualquer um, pois o fator confiança pesa muito, até mesmo porque muitos pensam que somos super heróis, que aguentamos tudo e suportamos tudo...e nem todos tem a maturidade de entender os problemas que acontecem com um pastor(a). Existem problemas que não se pode dividir com suas ovelhas e nem com outros pastores: Como e com quem falar de aflições e dores e doenças e problemas conjugais e familiares? Fora que a guerra espiritual não nos deixa quietos um momento sequer, ela não nos larga. Os pastores não são super-heróis, mas são homens e mulheres que receberam a unção de pastorear ovelhas e necessitam também de serem ministrados. Receberam a unção de cuidarem de gente, mas é gente também, e necessitam de serem cuidados por outras pessoas. As pessoas  idealizam e produzem um paradigma de que os pastores são super-heróis, que não têm dificuldades, que sua família é perfeita e que precisa "dar conta" de todas as esferas da igreja: materiais, práticas, administrativas, espirituais, como conselheiro, cônjuge exemplar, entre muitas outras, e que nada disso o irá afetar.... Precisamos ter cuidado com o que falamos e para quem falamos, pois o Diabo pode transformar um pequeno problema em um monstro enorme que pode até destruir a vida pessoal e ministerial. Todos precisamos de amigos, mas ter um amigo é complicado.... Mas entendo também que quanto maior o ministério, maior será a cobrança. O pastor(a) vai ver, ouvir e entender coisas que ninguém mais vai. É ele(a) e Deus e só !

Na verdade, ministério implica luta e essa luta possui contornos espirituais que não podem ser ignorados. Os dardos inflamados do maligno atingem aqueles que descuidadamente não se revestem de toda armadura de Deus (Ef 6.10-20)., .Existem também as expectativas e demandas da igreja local sobre o pastor(a), as cobranças... O Pastor(a)  precisa estar sempre disponível, se submeter a receber pouco, nunca desagradar alguém, pregar sempre o melhor sermão, fazer o trabalho de psiquiatra, psicólogo, pai, mãe, secretário etc. Se alguém fica desapontado com ele(a), logo receberá o peso da ira e das críticas daquela pessoa ou daqueles que estão próximos a ela. Porém, o próprio pastor(a) alimenta uma expectativa irreal acerca de si mesmo: nunca fracassar, não ficar enfermo nem desanimado, conseguir fazer todas as coisas dentro do tempo que possui etc. Quando a fonte da nossa angústia está tão perto do coração, como no caso de família, pessoas queridas....a dor se torna insuportável. Por isso, enquanto  enfrentamos problemas domésticos, ainda travamos, no nosso íntimo, um intenso sentimento de culpa e responsabilidade pessoal. O peso de todas essas coisas pode nos esmagar. Um  pastor(a) geralmente não se sente seguro em compartilhar a dor do seu coração com outros, pois o julgamento nem sempre será gracioso. Com isso, ele se fecha e internaliza seus problemas sem conseguir processá-los corretamente. No período bíblico, quando Elias estava desanimado e abatido, ele reclamou para Deus que havia ficado só (1Re 19.10). Embora a sua perspectiva não correspondesse à verdade, o fato é que o sentimento de solidão contribuía com o sofrimento daquele servo de Deus. Jesus Cristo por diversas vezes alertou a Seus discípulos que o caminho de Deus era um caminho estreito (Mateus 7:13-14). Também alertou que o discípulo deveria levar a sua cruz e negar a si mesmo (Mateus 16:24), o que mostrava que seria uma caminhada complexa. Mas esse salmo está dizendo: Eu porei a minha esperança em Deus e ainda o louvarei.

Nós podemos até perder a esperança em muitas coisas na vida, mas a esperança em Deus deve ser eterna. Por mais difícil que seja, por mais difícil que pareça. Ele é o autor da nossa salvação, Ele é refúgio nos momentos de aflição. A nossa esperança deve permanecer em Deus.

#Deusnocontrole